Bem, há um ditado qualquer que diz que... "Um raio não cai duas vezes na mesma cabeça."
No meu já caiu - se é bom presságio ou não, já não sei...
Depois do 3º Prémio JCI 2007 e participação na INTEL ISEF 2008, em Atlanta, US, cá estou eu outra vez em carga de trabalhos para apresentar um novo projecto no 17º concurso dos Jovens Cientistas e Investigadores.
Embora esteja com uma expectativa quase igual há de dois anos atrás - do género "'tá-se bem" - a verdade é que não deixo de sentir o peso da responsabilidade de ser a segunda vez e ainda por cima por ser a única aluna, salvo erro, pertencente a uma instituição do ensino superior...
Ou os júris vão-me dar mais na cabeça ou então não imagino o panorama que me espera. Mas estou contente por, uma vez mais, ter tido um trabalho seleccionado entre dezenas de projectos.
Para descobrir mais sobre o trabalho que irei a modos que "defender" (só posso dizer que é sobre nutrição, como não poderia deixar de ser), passe pelo meu website: www.vanessadias.com e clique na página Projectos. Há de lá estar tudo "escarrapachadinho". Agora olhem... resta-me estar de castigo a fazer o poster, a terminar trabalhos da faculdade e a ter crises de existência!
III Mostra Nacional de Ciência do 17º Jovens Cientistas e Investigadores
A mostra ocorrerá nos dias 21, 22 e 23 de Maio, no Museu da Electricidade, em Lisboa.
Para mais informações sobre a exposição, visite o mini-site do concurso: http://www.fjuventude.pt/jcientistas2009/
Em Portugal, gostamos muito de brincar com coisas sérias.
Eu particularmente não vejo crise em lado nenhum - nem na rua nem em minha casa. Vejo carros novíssimos (dos últimos meses do ano passado e inclusivé um jipão BMW de todo o tamanho de 2009), multidões nos shoppings, nas máquinas de jogo... sugiro até que se comece a falar dos anos loucos 10.
Ainda na TV passou-se ontem para todos vermos pessoas a chorar, sem rendimentos, sem comida, sem educação para os filhos - então? Vendam o Magalhães e a internet móvel que está em cima da secretária, deixem de pôr unhas de gel semana sim, semana não, e vão ver como no final de cada mês sobram mais uns trocos para comprar LEITE, IOGURTES, CEREAIS, CARNE, ARROZ, FEIJÃO, GRÃO...
Há realmente FAMÍLIAS EM CRISE, mas olhem que eu aposto todos os dentes que tenho na boca (e eu não gosto de cirurgias, muito menos nos dentes) em como essas não aparecem na TV e acabam por adoecer por falta de condimentos básicos.
Posso dar o exemplo cá de casa (graças a Deus não temos passado por "crises" fortes, mas também não vivemos à larga no final do mês): tenho na dispensa 2 pacotes de amêndoas, 2 sacos de chocolate tablerone, 1 saco de caramelos e na arca devo ter 4 caixas de gelado (1 pelo menos de baunilha de 2l que é o meu!). Quem está desse lado a ler até pode perguntar: mas vem para aqui falar de excessos e crises alimentares, quando também compra coisas desnecessárias? A verdade é que a casa não é "minha", nem sou eu quem faz as compras ou dita as regras alimentares de todos, embora esteja sempre a "bater no ceguinho".
No entanto, tudo isto é desnecessário numa casa em "crise", pelo menos nestas quantidades. Os portugueses sempre foram mau gestores, basta recordarmos todas as terras conquistadas no Renascimento que se nos dissiparam completamente das mãos - o mesmo se passa com a alimentação e com as compras.
Ir ao supermercado (ou hipermercado, no caso de muitos) pode ser uma perdição e uma alienação exponencial para muitas famílias, porque perdem-se completamente: começam as ver as promoções (leva 4 paga 3 - mas na verdade nem de 1 inteiro precisa), os produtos em massa, agravelmente expostos à vista... todo aquele marketing que imagina.
Eu aconselho vivamente a pensar antes de sair de casa no que tem realmente falta e precisa para ter uma alimentação decente - faça uma lista e cumpra-a!
Não se esqueça do fundamental:
massas, leguminosas (feijão, grão, ervilhas,...), legumes (brócolos, couve, alface, tomate, espinafres,...), carne (se tem problemas com o peso ou pressão alta opte por carnes mais brancas - frango, perú,...), peixe (apesar de o preço estar pela hora da morte, tente comprar peixe rico sobretudo em ómega 3 - salmão, sardinha, atum,...)
Enfim, são algumas dicas essênciais para a sua lista. Se aliar isto a uma boa escolha no supermercado (olhe que às vezes as marcas brancas oferecem-lhe o mesmo por menos dinheiro), garanto que não vai cair numa crise alimentar.
E claro, tenha também em atenção as misturas que faz: não junte dois hidratos de carbono na mesma refeição (arroz e batata, por exemplo), substitua a carne por feijão (por exemplo), não junte 2 fontes de proteínas (ovo estrelado e bife, por exemplo, esqueça!)...
Conselho resumé:
Pronto, pronto... eu confesso - ando com um sorrisinho nos lábios!
Acho que ainda neguei nos primeiros dias pós-cirúrgicos - Eu? Uma cara diferente? Que nada!
É oficial e eu admito. Sinto-me melhor e ando na rua despreocupada com a saia que subia por causa do pneu de pele ou com a t-shirt que marcava as dobrazonas que tinha no abdómen e na barriga.
Como amanhã faz uma semana, hoje foi dia de ir ao Hospital, para saber se está tudo em ordem - com os enfermeiros que eu tenho cá em casa só podia estar! As dores também diminuíram bastante e eu já digo que vou continuar com a panóplia de operações que faltam (e que são precisas! Sempre adorei o cão de raça Sharpei, por serem enrugados, mesmo quando vestia XXL e depois de emagrecer passei a achar que, um dia, tinha mesmo que ter um Sharpei porque fiquei parecida com ele!).
Estou bastante motivada e empolgada. Em parte porque pela primeira vez tive pessoas a darem-me razão e a perceber a minha tristeza e os meus complexos com o corpo: "a rapariga tem 20 anos e realmente ninguém diz que tem o corpo assim quando está vestida!"
Afinal de contas eu emagreci e não fiquei com o corpo que todos nós sonhamos - foram muitos quilos perdidos, é natural deixar este tipo de marcas. No entanto, todos aqueles que me veêm ao vivo e a cores, em fotos ou em vídeos, não dizem que tenho um corpo disforme - pelo contrário, muitas raparigas e muitas mulheres têm-me um pó desgraçado, porque tenho "mamocas" e ancas. Insistem em dizer "És paranóica! Estás perfeitíssima e és sexy!".
Bem, se eu me tivesse sentido sexy, acreditem: nunca teria desenvolvido ataques compulsivos em relação à comida, quando já estava magrérrima (IMC=20), tinha conseguido perder peso e supostamente estaria feliz da vida. É claro que sempre gostei de mim (por dentro), mas acreditem que a "formusura magra" não traz felicidade.
Acho que todos nós, mulheres e homens, devemos gostar de nós mesmos, por dentro e por fora. Eu não gostava de mim por fora e o que tinha também não me dava saúde - muito pelo contrário! Por isso decidi emagrecer, para provar a mim e a todos aqueles que duvidavam de que eu era capaz. Ganhei muito: uma nova imagem, uma nova postura, uma nova maneira de ser e o mais importante de tudo... a minha vocação para toda a vida: a dietética e a nutrição.
O que perdi? 50 Kg. E agora peles - sim, tudo tem solução e olhe que não precisa ser da alta sociedade para poder fazer as operações cirúrgicas. Eu pertenço à classe mais pobre dos pobres (estou a exagerar, afinal tenho internet, senão não podia estar aqui a narrar) e, apesar de ter esperado 1 ano e meio, cá estou eu, com uma abdominoplastia feita, mais fresca que as alfaces da horta do meu avô e paguei apenas a estadia no hospital (se quer saber foram 5.20€ diários, assim fica a par de tudo!).
Antes que me esqueça, estou a tentar tratar da tal plataforma com "cursos" GRÁTIS. Tenho experimentado tudo quanto é servidor, até o moodle já tentei. Mas eu quero um canto "acolhedor" e pouco confuso, porque eu também passo muitas vezes por naba nestas novas tecnologias. Como sou muito esquisita... está a demorar. Mas não tarda, prometo!
O tema que eu tinha para falar hoje fica para a próxima vez: "sem dinheiro e com fome - serão motivos para uma alimentação cada vez mais deficiente (?)". Fica já o título dado. Pois é, tem a ver com isso mesmo que está a pensar: crise! No bolso, na carteira e no estômago.
Até à próxima!
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